José do Patrocínio: Negros Monarquistas | Parte I

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Paira sobre a mente popular há décadas, a ideia de que no Império do Brasil, os negros eram todos escravos, oprimidos e que a família imperial era racista e escravagista.

Longe disto, a família Imperial, dedicava-se a causa dos abolicionistas desde seu princípio.

José Carlos do Patrocínio, nasceu em Campos-RJ, a 9 de outubro de 1853, e morreu na cidade do Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1905.

Era mestiço, filho de Justina Maria do Espírito Santo, quitandeira e escrava liberta e do cônego, - i.e., padre que faz parte da direção de alguma igreja-, José Carlos Monteiro, orador sacro de grande fama na capela imperial.

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Aos quatorze anos deixou a fazenda paterna a fim de tentar ganhar a vida no Rio de Janeiro, onde chegou a ingressar na Escola de Medicina, porém, acabou abandonando-a e formou-se no curso de Farmácia em 1874.

No Rio de Janeiro também estudou Humanidades. Trabalhou no Hospital de Misericórdia, porém não exerceu a profissão por muito tempo. Viveu trabalhando zelosamente na área literária, principalmente como romancista e jornalista.

Recebeu o epíteto “O Tigre da Abolição”, por ser  orador em prol da Abolição da Escravatura, como também, por estar sempre na companhia de Joaquim Serra, Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiúva dentre outros.


Vida Literária

Foi poeta, romancista, jornalista, orador e tradutor. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a cadeira nº 21, que tem como patrono Joaquim Serra.

Escreveu três romances: "Mota Coqueiro" ou " A pena de morte"(1877); "Os retirantes"(1879; e "Pedro Espanhol"(1884).Fundou com um amigo uma revista mensal "Os Ferrões", onde pode demonstrar suas qualidades de polemista que o tornariam famoso.

Em 1877 se tornou redator da "Gazeta de Notícias", na qual redigiu diversos artigos com propaganda abolicionista.

Quatro anos depois, em 1881, com o dinheiro emprestado pelo sogro, adquiriu a "Gazeta da Tarde", à frente da qual permaneceu 6 anos e pode propagar ainda mais firmemente a campanha abolicionista.

Em 1887, fundou a "Cidade do Rio", pungindo ainda mais a política escravocrata no país.

Realizou conferências públicas, deu fuga a muitos escravos, organizou núcleos abolicionistas em diversos lugares do país, até chegar a vitória, em 13 de maio de 1888, sendo ele mesmo um dos principais representantes e artífices.


Após o Golpe da Res Publica


A sua fama e seu prestígio durante o período imperial, sendo ele mesmo monarquista e a favor do Terceiro Reinado com Dona Isabel, foi sumindo aos poucos, não por falta de talento ou capacidade, mas, por ser monarquista e liberal, e ser contrário a Res Publica golpista que se instalara.

Em 1892, a "Cidade do Rio", que fundara, teve sua publicação suspensa e Patrocínio foi exilado para Cucuí, no Amazonas, sob a acusação de ter participado de um movimento de revolta contra o governo do marechal Floriano Peixoto, sendo obrigado a refugiar-se para evitar agressões.

Depois que foi libertado, ainda participou poucas vezes em jornais como "O País" e " A Notícia", porém, já sendo esquecido e apagado da História.


Últimos Anos de Vida

Nos últimos anos de vida interessou-se pelo problema da navegação aérea e dedicou-se a uma curiosa (e malograda) experiência: a construção de um aerostato denominado "Santa Cruz".


José do Patrocínio: Negros Monarquistas


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